Câncer de mama: especialistas defendem mamografia a partir dos 40 anos no SUS 67f6j
O câncer de mama é a principal causa de morte por câncer entre mulheres no Brasil. Estima-se que, todos os anos, cerca de 74 mil novos casos sejam diagnosticados no país. A maior parte dessas pacientes depende do Sistema Único de Saúde (SUS), responsável por atender mais de 70% da população feminina brasileira, o que torna ainda mais urgente o fortalecimento do diagnóstico precoce. 5r5u5m
Entre 2018 e 2023, mais de 71 mil mulheres com menos de 50 anos foram diagnosticadas com câncer de mama no Brasil, segundo levantamento do Colégio Brasileiro de Radiologia e Diagnóstico por Imagem (CBR), com base no -Oncologia Brasil. Outros estudos reforçam o cenário: de 40% a 44% das mulheres com a doença têm menos de 50 anos.
A partir desses dados, especialistas e entidades médicas defendem a ampliação do rastreamento mamográfico para mulheres a partir dos 40 anos, uma medida que pode alinhar as políticas públicas à realidade epidemiológica do país. Atualmente, o SUS oferece mamografias regulares apenas para mulheres entre 50 e 69 anos.
Diagnóstico precoce ainda é desigual 5e1815
O o ao diagnóstico precoce segue marcado por desigualdades. De acordo com o Instituto Nacional de Câncer (INCA), o SUS é responsável por quase metade da cobertura mamográfica nacional (49,5%). Ainda assim, a diferença entre os sistemas público e privado é evidente.
Na rede privada, 53% dos tumores são identificados por meio de mamografia em mulheres assintomáticas. Destes, 40,6% são descobertos ainda no estágio I da doença, quando as chances de cura são significativamente maiores. Já no SUS, apenas 23% dos casos são detectados por rastreamento, e só 18,5% são diagnosticados em estágio inicial.
Essa disparidade evidencia a importância de investir na ampliação da cobertura e na interiorização dos serviços, além de garantir equipamentos adequados e exames regulares. Para milhares de brasileiras, o tempo entre a suspeita, o diagnóstico e o início do tratamento pode fazer toda a diferença.
Inclusive, um exemplo positivo veio do setor privado. A partir da consulta pública nº 144, promovida pela Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS), foi revisada a diretriz de qualidade em cuidado oncológico.
Com participação ativa de sociedades médicas e especialistas, o processo resultou na inclusão da mamografia para mulheres entre 40 e 74 anos, mediante indicação médica, como critério de qualidade assistencial nos planos de saúde. Também foram incorporadas diretrizes importantes, como o rastreamento individualizado para mulheres com risco aumentado, independentemente da idade, e a busca ativa a cada dois anos.
Agora, especialistas defendem que esse movimento seja ampliado ao SUS. Para eles, é hora de construir uma política de rastreamento mais eficaz e inclusiva, baseada em evidências científicas e na realidade das brasileiras. Uma política que garanta a todas as mulheres o direito ao diagnóstico precoce, ao tratamento oportuno e à dignidade no cuidado com a saúde.
Fonte: Itatiaia