Menopausa masculina existe: chama-se andropausa e afeta os homens a partir dos 40 anos 3j3p6f
A palavra “menopausa” ainda é quase sempre associada ao corpo feminino, mas o que muitos não sabem é que os homens também enfrentam um processo semelhante com o avançar da idade: a andropausa. Essa condição, cientificamente chamada de Deficiência Parcial de Andrógenos no Homem Idoso (PADAM), está ligada à queda gradual da testosterona e costuma começar a partir dos 40 anos, podendo afetar significativamente a qualidade de vida. 6q65
“Os termos andropausa, climatério masculino ou menopausa masculina podem ser considerados sinônimos”, explica o urologista Rodrigo Pires Bernis Abdo, coordenador do serviço de Urologia do Hospital Alberto Cavalcanti, da rede FHEMIG. “Eles denominam um fenômeno natural de queda progressiva na produção de testosterona e material espermático que acompanha o envelhecimento masculino, sendo inevitável.”
Essa queda hormonal tem impacto direto no organismo. De acordo com o médico, estima-se que homens após os 40 anos apresentem uma queda de 1% a 2% ao ano na produção de testosterona. “Um homem na sétima década de vida pode ter um nível de testosterona 35% menor se comparado aos homens jovens.”
Principais sintomas 1m3o1w
Entre os principais sintomas dessa deficiência estão o cansaço excessivo, a fadiga, a disfunção sexual e dores ósseas. Isso porque a testosterona afeta diretamente a massa óssea, a distribuição de gordura no corpo e o desempenho sexual. “A testosterona é um hormônio eritropoético, que estimula a produção de hemácias, os glóbulos vermelhos do sangue”, explica Abdo. “Por isso, idosos podem apresentar quadros de anemia e fraqueza muscular devido à deficiência deste hormônio.”
Apesar de sua importância, a andropausa ainda é pouco discutida. Muitos homens não procuram ajuda médica por vergonha ou falta de informação. “Há um tabu masculino não somente no Brasil, mas mundial em torno da medicina preventiva”, alerta o urologista. “Os homens não só vivem menos como vivem mais doentes que as mulheres. Estudos mostram que eles buscam menos a medicina preventiva, o que agrava o diagnóstico e tratamento de diversas condições.”
Diagnóstico e tratamento 735i3k
Para identificar a andropausa, é necessário observar os sintomas e realizar exames. “Quando um idoso se queixa de perda de ereção, fraqueza muscular e queda da libido, além do exame físico, o médico deve solicitar uma dosagem sérica da testosterona total”, detalha Rodrigo Abdo. “Se, em duas dosagens, o nível estiver abaixo de 300 ng/dl, médico e paciente devem discutir os riscos e benefícios da reposição hormonal.”
A reposição, no entanto, é um tema polêmico e deve ser feita com cautela. “Talvez nenhum tópico seja tão controverso quanto a indicação, eficácia e potenciais efeitos adversos associados à reposição hormonal”, afirma o médico. “Ainda não há estudos de longa duração e larga escala que comprovem os benefícios e a segurança do uso da testosterona exógena em casos de queda hormonal relacionada ao envelhecimento.”
Segundo Abdo, as formulações sintéticas de testosterona existem desde 1950 e foram criadas para homens com necessidade real, como vítimas de traumas ou câncer testicular bilateral. Hoje, há um crescente uso indiscriminado desse hormônio. “Existem casos de homens jovens que se tornam inférteis temporariamente ou até de forma definitiva pelo abuso de testosterona.”
As formas de reposição incluem injeções intramusculares e aplicações transdérmicas, feitas na pele do abdômen, ombros ou bolsa testicular. Mas, antes de iniciar o tratamento, dois exames são indispensáveis: hematócrito (que deve estar abaixo de 50%) e a dosagem basal da testosterona.
Hábitos saudáveis fazem diferença 331he
Além da reposição, mudanças no estilo de vida podem contribuir para melhorar os níveis hormonais e atenuar os efeitos da andropausa. “No homem obeso, a testosterona sofre uma conversão periférica no tecido adiposo (na gordura do corpo), transformando-se em estradiol, através da enzima aromatase”, explica o urologista. “A prática de atividades físicas aeróbicas e a perda de peso aumentam a disponibilidade de testosterona, melhorando os sintomas da andropausa.”
Alimentação equilibrada, cessação do tabagismo, redução no consumo de bebidas alcoólicas, sono regular e controle do estresse também são aliados importantes. O médico reforça que a baixa de testosterona pode estar associada a problemas mais amplos. “Na síndrome metabólica, por exemplo, o nível de testosterona geralmente está reduzido e o paciente apresenta risco aumentado de doenças cardiovasculares.”
Reconhecer os sinais do próprio corpo, buscar acompanhamento médico e manter hábitos saudáveis são os essenciais para envelhecer com mais saúde e bem-estar.
Fonte: Itatiaia